O curso de Psicologia
A maior preocupação da Faculdade Cidade de Patos de Minas é o oferecimento de um ensino de qualidade, reforçado por projetos de pesquisa e de extensão, que visem o envolvimento comunitário, através de uma interação dinâmica dos segmentos sociais que se apresentam constantemente com carências nos diferentes setores. A estrutura do curso de Psicologia da FPM se embasa na Psicologia enquanto Ciência e Profissão a partir do reconhecimento oficial da profissão de Psicólogo no Brasil no ano 1962 até os dias atuais por intermédio das normativas regulamentares da profissão por meio do Conselho Federal de Psicologia (CFP).
Dado isso, o presente Projeto Pedagógico do Curso de Psicologia da FPM procura atender os dispositivos da Resolução CNS nº 350 de 09 de junho de 2005, que delibera sobre a abertura de cursos na área da saúde pelo Ministério da Saúde junto ao Ministério da Educação, a Resolução CNS nº 597 de 13/09/2018 que dispõe sobre as recomendações do Conselho Nacional de Saúde à proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Psicologia, destacando a concepção da reestruturação curricular em consonância com as necessidades sociais, levando-se em consideração a inovação na atual proposta pedagógica, bem como, a Resolução CNE/CES nº 5, de 15 de março de 2011 o qual institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia; bem como, atentando-se ao Parecer CNE/CES nº 1071/2019 de 4/12/2019 que dispõe da revisão da DCN para os Cursos de Psicologia e Parecer CNE/CES nº 179/2022 de 17/12/2022.
Na a elaboração deste Projeto Pedagógico, o Núcleo Docente Estruturante do Curso – NDE, contou a colaboração da Comissões da Reforma Curricular Consultiva que foi composta por professores do Curso de Psicologia, professores convidados de outros cursos da FPM, e de gestores regionais vinculado ao Sistema Único de Saúde, Sistema Único de Assistência Social, Educação e pelo Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais através do Projeto “CRP Pelo Campus”; privilegiando o conhecimento da realidade local de seu entorno, reafirmando assim seu compromisso social com a comunidade e com os futuros alunos, por meio das atividades previstas para as práticas de formação. Buscando assim, ofertar conteúdos curriculares que promovam a formação adequada aos cenários de prática e aos compromissos com a integralidade, a multiprofissional idade e a produção de conhecimento socialmente relevante, fortalecidos no princípio da equidade.
Todavia segundo o Conselho Federal de Psicologia no Brasil são 438.354 profissionais cadastrados no CFP, mais especificamente em relação da demanda regional do estado de Minas Gerias 51.860, em sua maioria 43.800 são psicólogas e 7.965 psicólogos. Apesar do aumento no número de psicólogos, ainda há uma carência de profissionais no sistema público de saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, existem apenas 1,5 psicólogos para cada 10.000 habitantes no Brasil. Isso significa que há uma necessidade de mais de 100.000 psicólogos para atender a demanda da população. Evidenciando a escassez de psicólogos no sistema público de saúde é um problema que afeta todos os estados do Brasil. Em Minas Gerais, a situação é ainda mais grave, pois o estado tem uma população de mais de 21 milhões de habitantes.
No comparativo entre 2020 e 2022, houve um aumento de 303% pela demanda de profissionais psicologia para atendimentos psicológicos. Diante das questões ligadas à saúde mental, a procura por cursos de curso de psicologia nas faculdades explode no Brasil , de 2010 para 2021, o número de matrículas nessa graduação mais do que dobrou no país, indo de 136,4 mil para 289,8 mil, um crescimento de 112,4%.
A contemporaneidade nos apresenta grandes desafios em relação a modernidade, competitividade e capacidade de adequação profissional a cenários diversos. Neste sentido o curso de Bacharelado em Psicologia da FPM busca a superação deste grande desafio, através da oferta de uma formação adequada ao mercado de trabalho atual e às diferentes problemáticas sociais, contemplando, ao mesmo tempo, a Psicologia como ciência e profissão, ao passo que o aluno poderá atender a contextos com demandas já bem consolidadas, mas também poderá desenvolver a capacidade de ampliar as possibilidades e campos de atuação profissional, promovendo o incentivo a pesquisa para a promoção da psicologia enquanto ciência.
A presente proposta do curso de Psicologia da FPM se assenta nas mais recentes tendências em Psicologia, ou seja, busca desenvolver um perfil profissional alinhado a nova imagem social da Psicologia, reconhecida em sua inclusão nos serviços públicos de saúde e da educação, sem tampouco negligenciar a imagem clássica que se reflete no exercício da clínica nos múltiplos campos de atuação profissional do psicólogo na clínica psicológica, na avaliação e em diferentes contextos que se possa atuar por meio da investigação psicológica. Neste sentido o curso está alinhado com a demanda de mercado onde 73,1% dos profissionais atuam na clínica, 20,1% na área social, 19% na saúde, 18,3% na docência, 12,1% com psicologia do trabalho e organização e 11,8% com avaliação psicológica, segundo dados do Conselho Federal de Psicologia .
Considerando a orientação da Resolução CNE/CES nº 5/2011 que orienta para uma formação profissional rotulado ‘generalista’, é válido lembrar que a formação em Psicologia no Brasil tem sido amplamente discutida em encontros científicos promovidos por órgãos de classe, grupos, associações e pessoas interessadas, principalmente nos últimos anos. Observa-se uma maior aproximação no debate da formação profissional com o conselho (CRP e CFP), exemplo disso são as ações do CRP/04 (MG), que tem praticado reuniões periódicas com as instituições de ensino superior promovendo debates por meio do Projeto CRP nos Campus. Assim como as ações promovidas pela Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e principalmente pelo amplo debate do Congresso Nacional de Psicologia Ciência e Profissão.
Ademais, a internacionalização do curso de Psicologia da FPM, bem como, os amplos convênios de parcerias interinstitucionais nacionais, permeiam a estrutura didático pedagógica e a formação proposta neste projeto. Neste sentido, o curso tem se consolidado na defesa de uma formação baseada em respeitar as tendências e necessidades regionais, onde seus acadêmicos e futuros profissionais da Psicologia estarão inseridos, mas também, promover uma reflexão crítica sobre o papel do psicólogo; respeitando a formação básica do profissional da Psicologia, afim de evitar o risco de impossibilitar a atuação profissional em outras regiões e contextos do Brasil, em termos de hábitos, costumes, valores e necessidades, devem ser respeitadas no campo da justiça social e da diversidade étnica – racial – cultural – social – econômica – e científica.
Seguindo esta reflexão, sob esta tendência, no cumprimento do Art. 10º da Resolução CNE/CES nº. 5/2011 da DCN para os Cursos de Psicologia, justificam que cada curso deva apresentar suas ênfases, a fim de promover a diversidade diante as orientações teórico-metodológicas, práticas e contextos de inserção profissional, entendidas como um conjunto delimitado e articulado de competências e habilidades que configuram oportunidades de concentração de estudos e estágios em algum domínio da Psicologia. Por conseguinte, no curso de Psicologia da FPM optou-se pelas seguintes ênfases: Psicologia Processos Clínicos e de Bem-Estar – Psicologia Processos de Investigação Científica – Psicologia Processos de Prevenção e Promoção da Saúde Psicossocial, justificadas suas escolhas pelo perfil das preferências de áreas de atuação indicados no último censo do CFP sobre a profissão a Psicologia Brasileira, bem como, a percepção do vasto campo de atuação da microrregião de Patos de Minas região do Alto Paranaíba e Triângulo Minero.
Por esse motivo, a presente proposta de curso foi pensada e discutida com o entendimento de que o profissional que se exige para os dias atuais deverá atuar de forma polivalente, atendendo, principalmente, às demandas constantes do setor de políticas públicas, saúde e na aproximação de uma clínica mais humana e sustentável. Exigindo do profissional a articulação permanente da teoria e prática, entendendo esta como condição primordial para o desenvolvimento das competências tais que possibilitem a aquisição, produção e socialização do conhecimento, o que implica o desenvolvimento da elevada capacidade de análise, interpretação e equacionamento de problemas diversos no campo da atuação profissional da Psicologia; onde o aspecto didático na promoção do ensino e aprendizagem está pautado na estrutura do modelo do ensino clínico, de forma interdisciplinar e transversal a aplicação prática dos acadêmicos em casos concretos e de alta complexidade desde o início do curso de Psicologia. Definido um projeto de ensino-pesquisa-extensão ao longo de todo o processo de aprendizagem acadêmica [atuando do 1º ao 10º período do curso].
O ensino clínico representa uma evolução no processo de ensino para áreas de saúde, ao considerar a prática psicológica, “componente curricular obrigatório e indispensável para a consolidação dos desempenhos profissionais desejados, inerentes ao perfil do formando” , a base para a formação, sendo utilizados ao longo de todo o processo de ensino e aprendizagem. De modo que promovem não apenas o conhecimento técnico no campo da psicologia, mas também, e principalmente, o conhecimento humanista, articulando as atividades de ensino dos cursos de Psicologia com as atividades de extensão e de iniciação à pesquisa (ensino-pesquisa-extensão). Aprende-se assim a Psicologia também pela experiência e não apenas em livros, rompendo com os métodos tradicionais de ensino conteudista, tendo como base o desenvolvimento das habilidades e destrezas reflexivas dos discentes, através da solução de conflitos e casuísticas reais da vivência do profissional da Psicologia, alinhado as ênfases do curso.